Cristiane é considerada a assassina de Lewdo, 9 anos.Polícia concluiu que ela deu 'chumbinho' ao filho em novembro de 2014.
Juíza autorizou quebra de sigilo de contas em redes sociais (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
A juíza Daniela Lima da Rocha, da 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza,
determinou a prisão preventiva de Cristiane Renata Coelho Severino,
mulher do subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino. A decisão
é desta terça-feira (5) e atende ao pedido feito pelo Ministério
Público do Estado do Ceará (MP-CE).
Na decisão, a juíza ressalta que os laudos periciais, depoimentos e
acareações "demonstram, sem margem de dúvida, a materialidade delitiva''
e afirma que há ''mais do que indícios de que Cristiane Renata Coelho
Severino utilizou-se de veneno para rato, conhecido popularmente por
chumbinho, para ceifar a vida do filho e tentar contra a vida do
marido''.
A Justiça também autorizou a quebra de sigilo dos perfis da mullher e
de Francileudo nas redes sociais e da conta de e-mail dos dois no
período que vai de julho de 2013 a janeiro de 2015. Os dados vão ser
encaminhados à Polícia Civil.
Segundo o Fórum Clóvis Beviláqua, a mulher informou a Justiça que mora
em Fortaleza e que qualquer intimação deveria ser feita a ela por meio
do advogado de defesa, Paulo Quezado. O delegado responsável pelo caso,
Wilder Brito, disse que está em contato com o advogado para negociar a
entrega de Cristiane.
A mesma juíza havia aceitado a denúncia crime do MP-CE contra Cristiane
nesta quarta-feira. Ela foi indiciada no dia 27 de abril por tentativa
de homicídio triplamente qualificado contra o então marido, o subtenente
do Exército Francileudo Bezerra e por homicído triplamente qualificado
do filho. Com a decisão, Cristiane passou à condição de ré em ação penal
e tem prazo de 10 dias para apresentar a defesa das acusações.
Após mais de cinco meses de investigação, a polícia concluiu que
Cristiane deu "chumbinho" em um sorvete de morango para matar o filho.
O crime ocorreu na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente Francileudo e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram o veneno.
O pai do menino ficou em coma por uma semana e se recuperou. O militar
chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro
depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o
filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la, mas as
investigações derrubaram a versão de Cristiane.
Motivação
A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.
A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.
Reencontro
Logo após o crime, Cristiane foi embora para o Recife, em Pernambuco. Ela levou o filhou mais novo e, desde então, o pai não manteve contato com a criança. Em 28 de abril, Francileudo Bezerra se reencontrou com o filho mais novo. Ele foi buscar a criança de 6 anos na capital pernambucana e o trouxe de voltou para Fortaleza.
Logo após o crime, Cristiane foi embora para o Recife, em Pernambuco. Ela levou o filhou mais novo e, desde então, o pai não manteve contato com a criança. Em 28 de abril, Francileudo Bezerra se reencontrou com o filho mais novo. Ele foi buscar a criança de 6 anos na capital pernambucana e o trouxe de voltou para Fortaleza.
Perícia
A perícia realizada nos equipamentos eletrônicos usados pelo casal, notebooks e celulares, apontou que a mãe da criança fazia pesquisas na internet sobre como envenenar pessoas com chumbinho desde o dia 29 de outubro. "Ela pesquisou como matar uma pessoa envenenada, de como seria a dosagem (...). O tempo para matar uma pessoa envenenada dura de 30 minutos a duas horas, dependendo da dosagem, do aspecto físico da pessoa. No caso da criança, é de 30 minutos. Ela estudou tudo isso durante o período em que ela dizia que estava dormindo", diz.
Segundo o delegado, as pesquisas foram deletadas. De acordo com os peritos, Cristiane e Francileudo usavam o mesmo notebook, mas de formas diferentes. “Os equipamentos eletrônicos foram enviados ao núcleo de informática [perícia], e neles os peritos descobriram situações que precisavam ser esclarecidas”, disse o perito José Cordeiro de Oliveira. Por isso, segundo ele, houve a necessidade da segunda reconstituição do crime, feita em 8 de abril.
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