quinta-feira, 7 de maio de 2015

Justiça do CE decreta prisão da mãe suspeita de matar filho com veneno

Cristiane é considerada a assassina de Lewdo, 9 anos.Polícia concluiu que ela deu 'chumbinho' ao filho em novembro de 2014.

Cristiane passa a ser suspeita de matar o filho e tentar matar o ex-marido (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Juíza autorizou quebra de sigilo de contas em redes sociais (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução) 

A juíza Daniela Lima da Rocha, da 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, determinou a prisão preventiva de Cristiane Renata Coelho Severino, mulher do subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino. A decisão é desta terça-feira (5) e atende ao pedido feito pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE).
Na decisão, a juíza ressalta que os laudos periciais, depoimentos e acareações "demonstram, sem margem de dúvida, a materialidade delitiva'' e afirma que há ''mais do que indícios de que Cristiane Renata Coelho Severino utilizou-se de veneno para rato, conhecido popularmente por chumbinho, para ceifar a vida do filho e tentar contra a vida do marido''.
A Justiça também autorizou a quebra de sigilo dos perfis da mullher e de Francileudo nas redes sociais e da conta de e-mail dos dois no período que vai de julho de 2013 a janeiro de 2015. Os dados vão ser encaminhados à Polícia Civil.
Segundo o Fórum Clóvis Beviláqua, a mulher informou a Justiça que mora em Fortaleza e que qualquer intimação deveria ser feita a ela por meio do advogado de defesa, Paulo Quezado. O delegado responsável pelo caso, Wilder Brito, disse que está em contato com o advogado para negociar a entrega de Cristiane.
A mesma juíza havia aceitado a denúncia crime do MP-CE contra Cristiane nesta quarta-feira. Ela foi indiciada no dia 27 de abril por tentativa de homicídio triplamente qualificado contra o então marido, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra e por homicído triplamente qualificado do filho. Com a decisão, Cristiane passou à condição de ré em ação penal e tem prazo de 10 dias para apresentar a defesa das acusações.
Após mais de cinco meses de investigação, a polícia concluiu que Cristiane deu  "chumbinho" em um sorvete de morango para matar o filho.
O crime ocorreu na madrugada de 11 de novembro de 2014, o subtenente Francileudo e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram o veneno. O pai do menino ficou em coma por uma semana e se recuperou. O militar chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque no primeiro depoimento a mulher, Cristiane, contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la, mas as investigações derrubaram a versão de Cristiane.

Motivação
A motivação do crime, de acordo com as investigações, seria um seguro do Exército de cerca de R$ 150 mil, os soldos do militar e um outro seguro que o subtenente havia feito em nome do filho mais velho. “Ela era a principal beneficiária. O pessoal do Exército, os militares, têm um seguro e ela seria a principal beneficiária. Além disso, além do seguro, ela seria pensionista do Exército, ela não precisaria trabalhar, todo mês o dinheiro ia cair na conta dela”, disse Francileudo Bezerra, em entrevista.

Reencontro
Logo após o crime, Cristiane foi embora para o Recife, em Pernambuco. Ela levou o filhou mais novo e, desde então, o pai não manteve contato com a criança. Em 28 de abril, Francileudo Bezerra se reencontrou com o filho mais novo. Ele foi buscar a criança de 6 anos na capital pernambucana e o trouxe de voltou para Fortaleza.
Perícia

A perícia realizada nos equipamentos eletrônicos usados pelo casal, notebooks e celulares, apontou que a mãe da criança fazia pesquisas na internet sobre como envenenar pessoas com chumbinho desde o dia 29 de outubro. "Ela pesquisou como matar uma pessoa envenenada, de como seria a dosagem (...). O tempo para matar uma pessoa envenenada dura de 30 minutos a duas horas, dependendo da dosagem, do aspecto físico da pessoa. No caso da criança, é de 30 minutos. Ela estudou tudo isso durante o período em que ela dizia que estava dormindo", diz.

Segundo o delegado, as pesquisas foram deletadas. De acordo com os peritos, Cristiane e Francileudo usavam o mesmo notebook, mas de formas diferentes. “Os equipamentos eletrônicos foram enviados ao núcleo de informática [perícia], e neles os peritos descobriram situações que precisavam ser esclarecidas”, disse o perito José Cordeiro de Oliveira. Por isso, segundo ele, houve a necessidade da segunda reconstituição do crime, feita em 8 de abril.

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